Ritos da Semana Santa

O pensamento da morte de Cristo traduz-se num convite para que nos situemos com absoluta sinceridade perante os nossos afazeres diários e tomemos a sério a fé que professamos. A Semana Santa não pode, pois, ser um parêntesis sagrado no contexto de um viver motivado exclusivamente por interesses humanos; deve ser uma ocasião de adentrar nas profundezas do Amor de Deus, para assim podermos mostrá-lo aos homens, com a palavra e com as obras.
São Josemaria Escrivá, É Cristo que Passa, n.º 97, 1
São Josemaria Escrivá, É Cristo que Passa, n.º 97, 1
1. Introdução
a) Sendo a Páscoa da Ressurreição a maior das festas cristãs (ou antes, a festa cristã por excelência), desde o tempo dos Apóstolos a semana que antecede essa festa adquiriu o primeiro posto entre todos os tempos litúrgicos.
b) Comemoram-se nessa semana os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo; daí o variado número, a grande importância e a veneranda antiguidade dos ritos dos ritos dessa semana.
c) A importância da semana que antecede a festa da Páscoa está indicada muito claramente pelos diversos nomes dados a essa época litúrgica ao longo dos tempos:
1 – Hebdomada Paschalis (Semana da Páscoa);
2 – Hebdomada Authentica (isto é, Semana “sem comparação” ou que “tem uma importância toda sua”, que “tem importância em si e por si mesma”);
3 – Hebdomada Maior (Semana Maior); e
4 – Hebdomada Sancta (Semana Santa).
d) No tempo dos Apóstolos observava-se o jejum na sexta-feira e no sábado (isto é, diebus in quibus ablatus est sponsus, nos dias em que nos foi tirado o esposo); a observância do jejum passou a ser respeitada também na quarta-feira (propter initum a Iudaeis consilium de proditione Domini, porque nesse dia começaram os judeus a tramar a perda do Senhor). Em 247 já se observava o jejum em todos os dias da Semana Santa.
As cerimônias litúrgicas particulares da Semana Santa começaram a desenvolver-se a partir do séc. IV.
b) Comemoram-se nessa semana os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo; daí o variado número, a grande importância e a veneranda antiguidade dos ritos dos ritos dessa semana.
c) A importância da semana que antecede a festa da Páscoa está indicada muito claramente pelos diversos nomes dados a essa época litúrgica ao longo dos tempos:
1 – Hebdomada Paschalis (Semana da Páscoa);
2 – Hebdomada Authentica (isto é, Semana “sem comparação” ou que “tem uma importância toda sua”, que “tem importância em si e por si mesma”);
3 – Hebdomada Maior (Semana Maior); e
4 – Hebdomada Sancta (Semana Santa).
d) No tempo dos Apóstolos observava-se o jejum na sexta-feira e no sábado (isto é, diebus in quibus ablatus est sponsus, nos dias em que nos foi tirado o esposo); a observância do jejum passou a ser respeitada também na quarta-feira (propter initum a Iudaeis consilium de proditione Domini, porque nesse dia começaram os judeus a tramar a perda do Senhor). Em 247 já se observava o jejum em todos os dias da Semana Santa.
As cerimônias litúrgicas particulares da Semana Santa começaram a desenvolver-se a partir do séc. IV.
2. Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor (Dominica in Palmis de Passione Domini)
a) O nome litúrgico deste domingo indica duas realidades:
1 – uma, de origem oriental: a benção e a procissão dos ramos (Dominica in Palmis, Domingo de Ramos);
2 – outra, de origem romana (aliás, o nome originário desse domingo na liturgia romana era simplesmente Dominica de Passione Domini, Domingo da Paixão do Senhor).
b) As cerimônias desse domingo possuem não só uma dupla origem mas uma dupla finalidade:
1 – a exaltação messiânica de Nosso Senhor Jesus Cristo: a benção e a procissão de ramos são uma homenagem a Cristo e uma confissão pública de Sua divina realeza.
2 – a comemoração solene da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
c) Benção e procissão dos ramos:
1 – a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém desde o séc. II foi considerada uma das maiores afirmações de sua Messianidade; a liturgia da procissão de ramos desenvolveu-se a partir do séc. IV em Jerusalém (trajeto: Igreja do Monte das Oliveiras — “Inbomon” (Igreja da Ascensão) — Igreja do Santo Sepulcro); difundiu-se pelo Oriente (séc. V), pela Espanha (séc. VII), pela Gália (séc. VIII) e chegou a Roma (séc. X), onde se desenvolveu também a benção dos ramos. Durante a Idade Média, Cristo era representado na procissão ou pelo livro dos Santos Evangelhos, envolto em tecido vermelho, ou por uma cruz ornada com ramos, ou pela imagem do próprio Cristo montado sobre um burrinho.
2 – estrutura: rito da benção dos ramos — leitura do Evangelho (descrição da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém: Mc 11, 1-10) — procissão.
d) Missa:
1 – assim como a finalidade da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém era consumar o Seu Mistério Pascal, a meta da procissão não é outra senão a Missa, na qual se atualiza o sacrifício de Cristo.
2 – Recorda a Paixão, especialmente, a Leitura do Evangelho, feita segundo os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas); recordam a Páscoa as orações, a Segunda Leitura (Fl 2, 6-11) e o prefácio da oração eucarística. A Primeira Leitura é tirada de Is 50, 4-7.
1 – uma, de origem oriental: a benção e a procissão dos ramos (Dominica in Palmis, Domingo de Ramos);
2 – outra, de origem romana (aliás, o nome originário desse domingo na liturgia romana era simplesmente Dominica de Passione Domini, Domingo da Paixão do Senhor).
b) As cerimônias desse domingo possuem não só uma dupla origem mas uma dupla finalidade:
1 – a exaltação messiânica de Nosso Senhor Jesus Cristo: a benção e a procissão de ramos são uma homenagem a Cristo e uma confissão pública de Sua divina realeza.
2 – a comemoração solene da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
c) Benção e procissão dos ramos:
1 – a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém desde o séc. II foi considerada uma das maiores afirmações de sua Messianidade; a liturgia da procissão de ramos desenvolveu-se a partir do séc. IV em Jerusalém (trajeto: Igreja do Monte das Oliveiras — “Inbomon” (Igreja da Ascensão) — Igreja do Santo Sepulcro); difundiu-se pelo Oriente (séc. V), pela Espanha (séc. VII), pela Gália (séc. VIII) e chegou a Roma (séc. X), onde se desenvolveu também a benção dos ramos. Durante a Idade Média, Cristo era representado na procissão ou pelo livro dos Santos Evangelhos, envolto em tecido vermelho, ou por uma cruz ornada com ramos, ou pela imagem do próprio Cristo montado sobre um burrinho.
2 – estrutura: rito da benção dos ramos — leitura do Evangelho (descrição da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém: Mc 11, 1-10) — procissão.
d) Missa:
1 – assim como a finalidade da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém era consumar o Seu Mistério Pascal, a meta da procissão não é outra senão a Missa, na qual se atualiza o sacrifício de Cristo.
2 – Recorda a Paixão, especialmente, a Leitura do Evangelho, feita segundo os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas); recordam a Páscoa as orações, a Segunda Leitura (Fl 2, 6-11) e o prefácio da oração eucarística. A Primeira Leitura é tirada de Is 50, 4-7.
3. Férias da Semana Santa
a) Leituras: são tiradas da Profecia de Isaías, em passagens que se referem ao Servo de Javé (Is 42, 1-7; 49, 1-6; 50, 4-9a). Jesus Cristo é o verdadeiro servo que mediante a Sua Paixão e a Sua Morte realiza a perfeita e definitiva aliança entre Deus e o Seu povo, o novo Israel.
b) Evangelhos: na segunda-feira, lê-se a perícope da unção em Betânia (Jo 12, 1-11); na terça, a do anúncio da traição de Judas Iscariotes e da negação de Pedro (Jo 13, 2133.36-38); na quarta-feira, a do relato da traição de Judas Iscariotes (Mt 26, 14-25).
b) Evangelhos: na segunda-feira, lê-se a perícope da unção em Betânia (Jo 12, 1-11); na terça, a do anúncio da traição de Judas Iscariotes e da negação de Pedro (Jo 13, 2133.36-38); na quarta-feira, a do relato da traição de Judas Iscariotes (Mt 26, 14-25).
4. Quinta-feira da Semana Santa (Feria Quinta Hebdomadæ Sanctæ)
a) Pela manhã, nas Igrejas Catedrais: Missa do Crisma.
1 - Essa Missa é concelebrada pelo Senhor Bispo e por seu presbitério. Os sacerdotes renovam os seus compromissos, faz-se a benção dos óleos (óleo dos catecúmenos, empregado no Batismo, óleo do enfermos, empregado na Unção dos Enfermos, e o da Crisma).
2 – A concelebração da Missa pelo Senhor Bispo com os seus presbíteros indica duas realidades importantíssimas: 2.1 – a unidade do sacerdócio católico, cujo vértice é o Bispo; e 2.2 – a relação do Bispo com cada um dos membros da família diocesana: com os óleos que abençoa, o Bispo consagra as mãos sacerdotais que todos os dias celebram a Missa, que assinalam na fronte dos batizados que eles pertencem a Cristo, que absolvem os penitentes e que ungem os enfermos.
b) No período vespertino, inicia-se o Tríduo Sacro, com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (Missa in Cœna Domini).
1 – Na Quinta-feira Santa recordam-se três mistérios: a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, a instituição do sacerdócio, e o amor fraterno; as cerimônias correspondentes são a Santa Missa, a adoração do Santíssimo Sacramento e o Lava-pés.
2 – Nas Leituras e no Evangelho (Ex 12, 1-8.11-14; 1Cor 11, 23-26; Jo 13, 1-15), a ideia central é a de que a Eucaristia é a verdadeira Páscoa (Primeira Leitura/Evangelho) que Cristo celebrou com os seus Apóstolos e que a Santa Igreja perpetua ao longo dos séculos (Segunda Leitura).
3 – O Lava-pés (que se faz depois da homilia) pelo menos desde o séc. VII já era uma cerimônia com algum caráter litúrgico; é uma parábola em gestos sobre o mandatum novum, o mandamento novo de Cristo: a caridade.
4 – A transladação do Santíssimo Sacramento e a denudação do Altar fazem-se não só para que se reserve a comunhão para o dia seguinte (vale lembrar que na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo não há Missa), mas também como meio de exortação à adoração de Nosso Senhor. A denudação do Altar convida a que se contemple somente a Jesus Cristo.
1 - Essa Missa é concelebrada pelo Senhor Bispo e por seu presbitério. Os sacerdotes renovam os seus compromissos, faz-se a benção dos óleos (óleo dos catecúmenos, empregado no Batismo, óleo do enfermos, empregado na Unção dos Enfermos, e o da Crisma).
2 – A concelebração da Missa pelo Senhor Bispo com os seus presbíteros indica duas realidades importantíssimas: 2.1 – a unidade do sacerdócio católico, cujo vértice é o Bispo; e 2.2 – a relação do Bispo com cada um dos membros da família diocesana: com os óleos que abençoa, o Bispo consagra as mãos sacerdotais que todos os dias celebram a Missa, que assinalam na fronte dos batizados que eles pertencem a Cristo, que absolvem os penitentes e que ungem os enfermos.
b) No período vespertino, inicia-se o Tríduo Sacro, com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (Missa in Cœna Domini).
1 – Na Quinta-feira Santa recordam-se três mistérios: a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, a instituição do sacerdócio, e o amor fraterno; as cerimônias correspondentes são a Santa Missa, a adoração do Santíssimo Sacramento e o Lava-pés.
2 – Nas Leituras e no Evangelho (Ex 12, 1-8.11-14; 1Cor 11, 23-26; Jo 13, 1-15), a ideia central é a de que a Eucaristia é a verdadeira Páscoa (Primeira Leitura/Evangelho) que Cristo celebrou com os seus Apóstolos e que a Santa Igreja perpetua ao longo dos séculos (Segunda Leitura).
3 – O Lava-pés (que se faz depois da homilia) pelo menos desde o séc. VII já era uma cerimônia com algum caráter litúrgico; é uma parábola em gestos sobre o mandatum novum, o mandamento novo de Cristo: a caridade.
4 – A transladação do Santíssimo Sacramento e a denudação do Altar fazem-se não só para que se reserve a comunhão para o dia seguinte (vale lembrar que na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo não há Missa), mas também como meio de exortação à adoração de Nosso Senhor. A denudação do Altar convida a que se contemple somente a Jesus Cristo.
5. Sexta-feira na Paixão do Senhor (Feria Sexta in Passione Domini)
a) Dies amaritudinis (dia do amargor, da tristeza; a expressão é de Santo Ambrósio): a Sexta-feira Santa é o grande dia de luto para a Santa Igreja; de início, era dia sem nenhuma função litúrgica; nos tempos atuais, há função litúrgica, mas não há Missa (também não se celebra a Missa no Sábado Santo).
b) A Solene Ação Litúrgica da Sexta-feira Santa possui três partes: a Liturgia da Palavra; a Adoração da Santa Cruz; e a Comunhão Eucarística.
1 – Liturgia da Palavra: inicia-se com uma oração. O Missal prevê duas fórmulas: a primeira recorda a misericórdia de Deus no Mistério Pascal; a segunda recorda a contraposição entre o pecado de Adão e a obra redentora de Nosso Senhor. A Primeira Leitura é tirada da Profecia de Isaías (Is 52, 13-53, 12), e põe Cristo como o Servo de Javé que expia com o seu sacrifício os pecados de todos e dá a salvação a todos; a Segunda Leitura é tirada da Epístola aos Hebreus (Hb 4, 14-16; 5, 7-9), e faz ver que Cristo é o Sumo Sacerdote e o Mediador entre Deus e os homens graças ao Seu Santíssimo Sangue redentor; o Evangelho (Jo 18, 1-19,42) traz a narrativa da Paixão segundo São João. As orações solenes (cuja estrutura é do séc. V, mas que traz muitos elementos do séc. I) têm a seguinte estrutura: o convite para orar por uma certa intenção; o silêncio de meditação; e uma oração de petição. Há dez orações: pela Santa Igreja, pelo Papa, por todas as ordens e categorias de fiéis, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pela conversão dos judeus, pela evangelização dos pagãos, pela fé dos que não crêem em Deus, pelos governantes de todas as nações e pelos tentados e atribulados.
2 – Adoração da Santa Cruz: começa com a denudação da Santa Cruz, coberta com um véu vermelho (essa cerimônia data do séc. XII). O sacerdote ou diácono canta, ao desnudar a Cruz: Ecce lignum crucis, in quo salus mundi pependit (Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo) e o povo responde: Venite, adoremus (Vinde, adoremos). Seguem-se os Improperia, os Impropérios da Paixão. O sacerdote ou diácono canta, no lugar de Cristo: Popule meus, quid feci tibi? Aut in quo contristavi te de terra Aegypti: parasti crucem Salvatori tuo (Povo meu, que te fiz? Ou que em que te contristei? Porque te tirei da terra do Egito, e preparaste uma cruz para o teu Salvador). Responde-se a essa interpelação de Nosso Senhor com o Triságio, em grego e latim: Hágios o Theós! Sanctus Deus! Hágios Ischyrós! Sanctus Fortis! Hágios Athánatos, eléison hymás! Sanctus Immortalis, miserere nobis! (Ó Deus Santo! Ó Santo Forte! Ó Santo imortal, tende piedade de nós!). Outros hinos triunfais sobre o significado e o valor da Santa Cruz também podem ser cantados; todos sinalizam o Mistério Pascal e a sua unidade: a Morte e a Ressurreição são inseparáveis.
3 – Depois da adoração da Santa Cruz, seguem-se a Comunhão Eucarística e a Oração sobre o povo.
b) A Solene Ação Litúrgica da Sexta-feira Santa possui três partes: a Liturgia da Palavra; a Adoração da Santa Cruz; e a Comunhão Eucarística.
1 – Liturgia da Palavra: inicia-se com uma oração. O Missal prevê duas fórmulas: a primeira recorda a misericórdia de Deus no Mistério Pascal; a segunda recorda a contraposição entre o pecado de Adão e a obra redentora de Nosso Senhor. A Primeira Leitura é tirada da Profecia de Isaías (Is 52, 13-53, 12), e põe Cristo como o Servo de Javé que expia com o seu sacrifício os pecados de todos e dá a salvação a todos; a Segunda Leitura é tirada da Epístola aos Hebreus (Hb 4, 14-16; 5, 7-9), e faz ver que Cristo é o Sumo Sacerdote e o Mediador entre Deus e os homens graças ao Seu Santíssimo Sangue redentor; o Evangelho (Jo 18, 1-19,42) traz a narrativa da Paixão segundo São João. As orações solenes (cuja estrutura é do séc. V, mas que traz muitos elementos do séc. I) têm a seguinte estrutura: o convite para orar por uma certa intenção; o silêncio de meditação; e uma oração de petição. Há dez orações: pela Santa Igreja, pelo Papa, por todas as ordens e categorias de fiéis, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pela conversão dos judeus, pela evangelização dos pagãos, pela fé dos que não crêem em Deus, pelos governantes de todas as nações e pelos tentados e atribulados.
2 – Adoração da Santa Cruz: começa com a denudação da Santa Cruz, coberta com um véu vermelho (essa cerimônia data do séc. XII). O sacerdote ou diácono canta, ao desnudar a Cruz: Ecce lignum crucis, in quo salus mundi pependit (Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo) e o povo responde: Venite, adoremus (Vinde, adoremos). Seguem-se os Improperia, os Impropérios da Paixão. O sacerdote ou diácono canta, no lugar de Cristo: Popule meus, quid feci tibi? Aut in quo contristavi te de terra Aegypti: parasti crucem Salvatori tuo (Povo meu, que te fiz? Ou que em que te contristei? Porque te tirei da terra do Egito, e preparaste uma cruz para o teu Salvador). Responde-se a essa interpelação de Nosso Senhor com o Triságio, em grego e latim: Hágios o Theós! Sanctus Deus! Hágios Ischyrós! Sanctus Fortis! Hágios Athánatos, eléison hymás! Sanctus Immortalis, miserere nobis! (Ó Deus Santo! Ó Santo Forte! Ó Santo imortal, tende piedade de nós!). Outros hinos triunfais sobre o significado e o valor da Santa Cruz também podem ser cantados; todos sinalizam o Mistério Pascal e a sua unidade: a Morte e a Ressurreição são inseparáveis.
3 – Depois da adoração da Santa Cruz, seguem-se a Comunhão Eucarística e a Oração sobre o povo.
6. A Vigília Pascal (Vigília Paschalis)
a) “A Vigília Pascal, na noite santa em que o Senhor ressuscitou, seja considerada a ‘mãe de todas as vigílias’, na qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos”.
b) A Vigília Pascal compõe-se quatro partes: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística.
1 – Liturgia da Luz: compõe-se de:
1.1. Benção do fogo novo: o fogo representa Cristo-luz.
1.2. Benção do Círio Pascal: o círio pascal é considerado como uma pessoa, e não como um objeto. O círio é aceso para indicar a nuvem luminosa do Êxodo, que conduziu os hebreus, e o Corpo Glorioso de Nosso Senhor. No círio são gravados os algarismos do ano em curso e o alfa e o ômega, para indicar que Cristo atravessa todo o tempo, do princípio ao fim; grava-se também uma cruz, que indica a natureza humana de Cristo, pois é sinal de Sua morte (o alfa e o omega indicam a Sua natureza divina).
1.3. Procissão até à Igreja: canta-se a antífona Lumen Christi (“Luz de Cristo”), seguida da resposta Deo gratias (“Graças a Deus”); essa procissão recorda os hebreus seguindo a nuvem, na primeira Páscoa. As velas que os fiéis levam acesas indicam que são filhos da luz, e que essa luz vem de Cristo.
1.4. Pregão pascal (Exultet): escrito provavelmente por Santo Ambrósio, o pregão pascal descreve o significado espiritual da luz na noite iluminada pela Ressurreição de Cristo, aludindo às grandes etapas da história da salvação, desde o Antigo Testamento até hoje.
2 – Liturgia da Palavra: são sete leituras tiradas do Antigo Testamento, e duas tiradas do Novo (isto é, a Epístola e o Evangelho). Entre cada leitura reza-se um salmo e uma oração própria. Antes do Evangelho volta-se a cantar o Alleluia, que não se reza durante toda a Quaresma. As leituras são as seguintes:
2.1. Gn 1,1-2,2 (tema: a criação do mundo, tipo da nova criação realizada pela Morte e Ressurreição de Jesus Cristo).
2.2. Gn 22,1-18 (tema: o sacrifício de Abraão, tipo do sacrifício de Cristo que sela a nova e definitiva aliança).
2.3. Ex 14,15—15,1 (tema: a passagem do Mar Vermelho, tipo das águas batismais).
2.4. Is 54,5-14 (tema: a nova Jerusalém).
2.5. Is 55,1-11 (tema: a salvação gratuita e universal).
2.6. Br 3,9-15.32—4,4 (tema: a fonte da sabedoria).
2.7. Ez 36,16-17a.18-28 (tema: o coração e o espírito novos).
2.8. Rm 6,3-11 (tema: o batismo como sacramento pascal, em que, ao participar da Morte e Ressurreição de Cristo, culmina, atualiza-se e comunica-se o processo de salvação realizado por Deus na antiga economia).
2.9. O relato da Ressurreição por algum dos Evangelhos sinóticos (Mt, Mc ou Lc).
3 – Liturgia Batismal: haja ou não batismo, a Vigília Pascal sempre possui uma liturgia batismal, cujos elementos são estes:
3.1. A Ladainha dos Santos.
3.2. A benção da água.
3.3. A renovação das promessas batismais e a aspersão do povo: a renovação das promessas é excelente momento para recordar que o batismo não é um ato passageiro, mas uma realidade que abarca toda a existência humana.
4 – Liturgia eucarística: esta Missa, como toda a Vigília, pertence ao Domingo da Ressurreição. O Missal tem dois formulários próprios para duas Missas distintas: um, para a Missa da Vigília (in nocte sancta, na noite santa) e do dia (in die). O costume de dizer duas Missas generalizou-se no séc. V.
A despedida faz-se com dois aleluias nesta Missa e em toda a oitava da Páscoa: Ite, missa est. Deo gratias, alleluia, alleluia. (Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Graças a Deus, aleluia, aleluia).
b) A Vigília Pascal compõe-se quatro partes: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística.
1 – Liturgia da Luz: compõe-se de:
1.1. Benção do fogo novo: o fogo representa Cristo-luz.
1.2. Benção do Círio Pascal: o círio pascal é considerado como uma pessoa, e não como um objeto. O círio é aceso para indicar a nuvem luminosa do Êxodo, que conduziu os hebreus, e o Corpo Glorioso de Nosso Senhor. No círio são gravados os algarismos do ano em curso e o alfa e o ômega, para indicar que Cristo atravessa todo o tempo, do princípio ao fim; grava-se também uma cruz, que indica a natureza humana de Cristo, pois é sinal de Sua morte (o alfa e o omega indicam a Sua natureza divina).
1.3. Procissão até à Igreja: canta-se a antífona Lumen Christi (“Luz de Cristo”), seguida da resposta Deo gratias (“Graças a Deus”); essa procissão recorda os hebreus seguindo a nuvem, na primeira Páscoa. As velas que os fiéis levam acesas indicam que são filhos da luz, e que essa luz vem de Cristo.
1.4. Pregão pascal (Exultet): escrito provavelmente por Santo Ambrósio, o pregão pascal descreve o significado espiritual da luz na noite iluminada pela Ressurreição de Cristo, aludindo às grandes etapas da história da salvação, desde o Antigo Testamento até hoje.
2 – Liturgia da Palavra: são sete leituras tiradas do Antigo Testamento, e duas tiradas do Novo (isto é, a Epístola e o Evangelho). Entre cada leitura reza-se um salmo e uma oração própria. Antes do Evangelho volta-se a cantar o Alleluia, que não se reza durante toda a Quaresma. As leituras são as seguintes:
2.1. Gn 1,1-2,2 (tema: a criação do mundo, tipo da nova criação realizada pela Morte e Ressurreição de Jesus Cristo).
2.2. Gn 22,1-18 (tema: o sacrifício de Abraão, tipo do sacrifício de Cristo que sela a nova e definitiva aliança).
2.3. Ex 14,15—15,1 (tema: a passagem do Mar Vermelho, tipo das águas batismais).
2.4. Is 54,5-14 (tema: a nova Jerusalém).
2.5. Is 55,1-11 (tema: a salvação gratuita e universal).
2.6. Br 3,9-15.32—4,4 (tema: a fonte da sabedoria).
2.7. Ez 36,16-17a.18-28 (tema: o coração e o espírito novos).
2.8. Rm 6,3-11 (tema: o batismo como sacramento pascal, em que, ao participar da Morte e Ressurreição de Cristo, culmina, atualiza-se e comunica-se o processo de salvação realizado por Deus na antiga economia).
2.9. O relato da Ressurreição por algum dos Evangelhos sinóticos (Mt, Mc ou Lc).
3 – Liturgia Batismal: haja ou não batismo, a Vigília Pascal sempre possui uma liturgia batismal, cujos elementos são estes:
3.1. A Ladainha dos Santos.
3.2. A benção da água.
3.3. A renovação das promessas batismais e a aspersão do povo: a renovação das promessas é excelente momento para recordar que o batismo não é um ato passageiro, mas uma realidade que abarca toda a existência humana.
4 – Liturgia eucarística: esta Missa, como toda a Vigília, pertence ao Domingo da Ressurreição. O Missal tem dois formulários próprios para duas Missas distintas: um, para a Missa da Vigília (in nocte sancta, na noite santa) e do dia (in die). O costume de dizer duas Missas generalizou-se no séc. V.
A despedida faz-se com dois aleluias nesta Missa e em toda a oitava da Páscoa: Ite, missa est. Deo gratias, alleluia, alleluia. (Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Graças a Deus, aleluia, aleluia).